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Produção da Agrimec chega à Nigéria

Francine Boijink

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Bua Group/divulgação

Após já marcar presença com seu maquinário agrícola em continente africano, com foco na produção de grãos, a Agrimec agora expande seu eixo de atuação para a cultura canavieira. O Grupo Bua, maior produtor de açúcar da Nigéria, adquiriu 10 implementos agrícolas da fábrica de Santa Maria para a expansão de sua planta industrial.

Os equipamentos serão entregues a partir do dia 22, quando profissionais da empresa santa-mariense devem chegar ao país africano para treinar a equipe de lá. Implementos dessa linha já foram comercializados para a América Latina, a América Central, os Estados Unidos e a Ásia. A expansão para a África é avaliada como uma vitrine para outros países, onde há prospecções realizadas.

Com uma população de 206 milhões de pessoas, a Nigéria fica no Golfo da Guiné, na região central da África. O país tem muitos monumentos naturais e reservas de animais selvagens. Apesar de uma população semelhante à do Brasil, o produto interno bruto (PIB) é um terço do brasileiro. Em 2020, o PIB da Nigéria foi de US$ 432 bilhões, contra os US$ 1,44 trilhão do Brasil.

Para que essa venda ao mercado nigeriano se concretizasse, tudo começou com a participação da Agrimec em uma feira do mercado canavieiro, em São Paulo, em 2018. Na oportunidade, estiveram presentes integrantes do Grupo Bua, um dos maiores conglomerados da África, com atuação em vários segmentos, como construção e mineração. O segmento de agricultura está expandindo a atuação no mercado da cana.

De acordo com Fernando da Rosa Abreu, gerente de Exportação da Agrimec, foi quando houve a empresa propôs melhorias tecnológicas para expansão na área canavieira.

_ A gente conseguiu concretizar os negócios e embarcou os equipamentos em outubro do ano passado. Leva em torno de 60 dias para chegarem lá. Aí, combinamos que, assim que fosse o período adequado, eles iriam nos avisar para irmos fazer a montagem e a entrega técnica das máquinas. E esse período chegou agora _ afirma Abreu.

MODELOS

Entre as 10 máquinas, estão cinco plantadoras combinadas de toletes, duas plainas niveladoras laser PNA 60 e três plainas niveladoras multilâminas Robust 600 _ este um dos carros-chefes da Agrimec. O gerente de Exportação diz que, para a concretização desse negócio, foram realizadas algumas concessões no que se refere a valores.

_ Porque a gente sabia que era muito importante ter os equipamentos lá para que pudéssemos usá-los como referência para futuras vendas. Por essa razão que é fundamental e muito importante ter conseguido concretizar essa venda. A negociação durou praticamente dois anos _ conta.

Na Nigéria, Fernando Abreu irá contar com o técnico Alberi Portes, da Agrimec, para a entrega e a montagem dos implementos.

TEMPO DE RESPOSTA 

A importância de entendimento sobre como ocorrem as negociações nos diferentes países e a relevância na participação em feiras são ressaltadas por Fernando Abreu no mercado exportador. O gerente de Exportação da Agrimec revela que já se sabia que haveria uma concretização da venda pelo fato de ter havido uma conversa diretamente com quem toma a decisão, e também pela demonstração da necessidade e demandas pelas máquinas que a Agrimec estava ofertando.

_ A gente já trabalha com o mercado asiático, Tailândia, Vietnã, Camboja e Lau. Então, já tinha, mais ou menos, entendido como eles funcionam em uma negociação, o estilo deles de negociar. São mais calmos, demoram mais para responder. Diferente da maneira como se está acostumado aqui no Brasil e até mesmo na América como um todo _ afirma.

Abreu diz que uma resposta sobre negócios demora mais nos países africanos. Isso exige um cuidado maior no tratamento, e a experiência no ramo faz a diferença.

_ O tempo deles de resposta é muito lento. Então a gente teve bastante paciência. Já tínhamos uma bagagem vinda das negociações com a Ásia. Tivemos calma para esperar o tempo correto _ conta.

SOBRE O GRUPO BUA

- O Bua Group é o maior conglomerado empresarial privado da Nigéria

- O grupo investe na expansão de seu braço ligado à agricultura, sendo a cana-de-açúcar um dos destaques do portfólio, que também inclui grãos e cereais. Neste ano, a companhia deve inaugurar uma nova planta, localizada no município de Lafiagi, no Estado de Kwara, além de já contar com duas refinarias que estão em operação e que utilizam a matéria-prima fornecida por produtores locais

- A expectativa é que a planta supra 25% da demanda interna de açúcar do país e, nos próximos 10 anos, novos investimentos do Bua Group devem elevar esse volume para 75%

- O investimento, de US$ 300 milhões, foi o primeiro de tipo na Nigéria, uma vez que a unidade industrial será a primeira do país a ter sua própria lavoura de cana-de-açúcar. No total, serão 20 mil hectares de canaviais. A empresa conta com duas refinarias automatizadas para a extração do açúcar

- A produção de açúcar deverá girar em torno de 220 mil toneladas e, de etanol, 20 milhões de litros por ano


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